sexta-feira, 29 de maio de 2009

Sustentar 2009 abre espaço para a difusão de novos padrões de consumo





























O padrão de consumo da sociedade atual, os impactos ambientais do consumo, iniciativas governamentais e os papéis do governo, empresas e consumidor foram o foco da oitava conferência do Sustentar 2009. O debate aconteceu no início da tarde desta sexta-feira (29) e mostrou novas formas de reaproveitar matérias e recursos naturais no nosso dia-a-dia.
A senadora Ideli Salvatti (PT) prestigiou o evento e falou sobre as intenções do governo federal para a Copa do Mundo de 2014. Conforme ela, a Copa será o instrumento de divulgação do governo para disseminar a utilização de energias renováveis em grandes eventos. “Este é o evento esportivo de maior cobertura midiática do mundo e queremos aproveitar esta divulgação para mostrar uma Copa de energias renováveis, como a energia solar. Lanço um desafio: que vocês apresentem projetos desta área para a Copa de 2014”, disparou.

Desenvolver ações para solucionar os problemas urbanos antes que tomem grandes proporções é a meta do programa “Fomento ao Desenvolvimento de Cidades Sustentáveis”, da Caixa Econômica Federal (CEF). A partir do mês de junho, a CEF lança o “Selo para construções sustentáveis da Caixa”, que será aplicado em casa para pessoas com baixa renda que utilizarem materiais que não tragam prejuízo ao meio ambiente. O programa “Minha Casa, Minha Vida” é um dos financiamentos do banco que adota este conceito, que incentiva a sustentabilidade na construção e a eficiência energética, conforme explicou o representante do órgão, Carlos Etor Averbeck.

Ele relatou que os projetos das casas contam com o reaproveitamento da água para a geração de energia e com aquecimento solar. “Trabalhamos firme na educação ambiental, disponibilizamos, obrigatoriamente, medidores individuais de água e gás, para que as pessoas paguem somente o que consumirem, e com o rastreamento da madeira pelo Ibama, para cortar na ponta, o consumo de madeira retirada ilegalmente da Amazônia”, relatou.

O presidente da ONG Iniciativa verde, Francisco Maciel, explicou o programa “Carbon Free”, que trabalha com redução, reutilização, reciclagem e compensação de emissões. “A única forma de sequestro do carbono da atmosfera é com a implantação e monitoramento dos restauros. Não adianta fazer um reflorestamento a cada 10 anos. A natureza precisa que os restauros fiquem cerca de 40 anos para cumprir esta finalidade”, explicou.

Lixo
A produção de energia através do lixo foi o objeto da palestra do representante da empresa holandesa Vital Planet, Rafael Geracts. A empresa atua em mais de 20 países europeus na gestão e transformação de resíduos urbanos. Na Holanda, mais de 3 milhões de residências utilizam energia vinda do lixo. Isto significa que, de cada três usuários, um utiliza energia advinda do lixo.

“Este tipo de energia reduz o efeito adverso sobre a higiene, contaminação do solo e da água, o desperdício de materiais, a emissão dos gases do efeito estufa com, no mínimo, 74 milhões de toneladas equivalentes de CO2”. Por fim, acrescentou que, se este modelo fosse adotado no Brasil, em cidades com 1 milhão de habitantes, que produzem cerca 1 mil toneladas de lixo por dia, geraria 30 MW de energia, com um custo de R$ 375 milhões para a sua instalação, os mesmos índices de uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH), com menos impacto ambiental e traria divisas de R$ 10 milhões em créditos de carbono.

O representante do Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado (Ipec), André Soares, relatou como as 25 pessoas que moram no Ecocentro, localizado em Pirinópolis (GO), vivem. A forma da produção das casas, a interação com o meio ambiente e a mudança nos paradigmas de consumo diferencia a comunidade do resto da sociedade.

Soares contou que o lixo produzido na fazenda é totalmente reciclado, as casas são produzidas com material retirado da própria fazenda, a água utilizada é captada das chuvas e aquecida com aquecedores solares e um biodigestor a gás. Entre os projetos desenvolvidos pelo grupo está o programa “Habitats”, que vai até as escolas e propõe transformações junto aos alunos. “A maioria dos habitats é feita em dois ou três dias e aproximam a escola da natureza”, explicou.
Em Itapema, litoral Norte catarinense, alguns alunos junto com a professora de ciências, Patrícia, decidiram diminuir o consumo de papel, após observarem o desperdício que estava ocorrendo. O projeto consiste na coleta de todos os papéis jogados nos lixos de manhã, durante toda a semana.

O resultado foi a retirada de cinco sacos de lixo repletos de papel, sendo que apenas 50% deles não tinham condições de serem reutilizados. “O resultado foi tão impactante que os alunos decidiram criar o “Programa Escola 100% Ambiente”, que consiste na utilização responsável de água, resíduos, energia e na implantação de uma horta, além da reciclagem do papel”, contou orgulhosa. (Denise Arruda Bortolon, com colaboração de Carlos Kilian /Divulgação Alesc)

Nenhum comentário:

Postar um comentário