quinta-feira, 28 de maio de 2009

Energias solar e eólica ganham destaque no Sustentar 2009














































As energias solar e eólica foram pauta do terceiro painel de hoje do Sustentar 2009. Fizeram parte da mesa o diretor de Comunicação e Marketing do Instituto Ideal e fundador e diretor do Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas e da Auto-Sustentabilidade (IDEEAS), Fábio Rosa, de Porto Alegre; o representante da Central Fotovoltaica de Moura, Portugal, Antonio José Martins; o diretor do Instituto Ekos Brasil e coordenador do projeto “Cidades Solares – difundindo o conhecimento sobre energia solar nas cidades brasileiras”, Délcio Rodrigues; o coordenador do Laboratório de Energia Solar e do Laboratório de Eficiência Energética em Edificações da UFSC e diretor do Instituto Ideal, professor Ricardo Rüther; o professor adjunto do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Ceará, Paulo Carvalho, e o diretor do Departamento de Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Hamilton Moss de Souza. O debate teve como mediador o secretário executivo do Projeto Alto Uruguai Biodigestores e representante de movimentos sociais, Sadi Baron.

Para Fábio Rosa, o papel das energias renováveis e da geração descentralizada de energia tem importância fundamental nos contextos nacional e internacional. Segundo Fábio, ainda hoje, cerca de 2 bilhões de pessoas ainda vivem à luz de velas no mundo. “É possível levar energia elétrica para essas populações excluídas a um baixo custo através das energias renováveis. O que estamos falando não é de uma possibilidade de futuro, mas de um mundo real”, explicou. Durante a apresentação, diversos projetos de implementação e uso de energias solar e eólica, realizados pelo IDEEAS, foram relatados. Entre ele, lampiões solares para pesca de camarão na Lagoa dos Patos (RS).

Região com melhores níveis de radiação solar da Europa, Moura, em Portugal, abriga hoje a maior central solar fotovoltaica do mundo. De acordo com Antonio José Martins, a capacidade instalada da central é de 46MW, a energia produzida é de 90.000MWh/ano e o consumo equivale a 30 mil lares. “Além disso, o projeto integrado de desenvolvimento sustentável da central envolve os setores de economia – geração de empregos, por exemplo -; sociedade – com formação de profissionais -; meio ambiente – medidas de compensação ambiental; e cultura – campanhas de sustentabilidade”, contou.

Em sua apresentação, Délcio Rodrigues apontou o chuveiro elétrico como um dos grandes vilões do desperdício de energia no país. “O chuveiro elétrico gasta em torno de 4.4KW de energia e é utilizado por 67% dos lares brasileiros. 50% só nas regiões Sul e Sudeste”, ressalta. Rodrigues acrescentou que o Brasil apresenta 2200h de insolação, o que significa um montante de 15 trilhões de MWh ou 50 mil vezes o consumo nacional de energia elétrica. “Hoje nos estados de SP, RJ e MG, os novos prédios públicos obrigatoriamente têm que fazer instalação de energia solar”, completou.

Ricardo Rüther explicou que o efeito fotovoltaico é a transformação de luz em eletricidade. Entre as atribuições da tecnologia estão o modo high tech, porém simples de usar; a falta de peças móveis; a baixa manutenção e operação desassistida e a não produção de ruídos. “O potencial brasileiro não foi todo explorado”, comentou. O professor exemplificou hipoteticamente que o lago de Itaipu possui uma área de 1350 km² e produz o equivalente a 14GW, o que significa 80 a 90 TWh/ano, resulta em 25% da energia elétrica consumida no Brasil. Se cobrirmos o lago com gerador fotovoltaico, teremos uma produção equivalente a 108GWp, o que significaria 183TWh/ano, ou seja, 50% da energia elétrica consumida no país. Informou que o primeiro gerador solar fotovoltaico integrado a uma edificação urbana no Brasil foi instalado em seu laboratório na UFSC.

Já Hamilton Moss de Souza acrescentou que mesmo as energias renováveis sendo importantes não só para a preservação do meio ambiente, mas também para a economia do Brasil, não dá para descartar as energias oriundas das hidrelétricas e termelétricas brasileiras. “É uma questão de segurança energética. Não há meio mais seguro que a energia produzida nas hidrelétricas e termelétricas”, falou. Ele acrescentou que “temos que mudar, sim, que nos adaptar cada vez mais às tecnologias renováveis. Hoje temos departamentos inteiros dedicados a essas questões.”Paulo Carvalho apresentou alguns dos projetos realizados com energias renováveis no Ceará. “Quanto à energia eólica, propomos políticas de incentivo para empresas que venham a desenvolver parcerias com instituições de ensino e pesquisa. Já para energia solar, desenvolvemos políticas de capacitação e de geração de renda associadas à disseminação de unidades fotovoltaicas”, explanou. (Evelise Nunes/Divulgação Alesc)

Nenhum comentário:

Postar um comentário